Valorização territorial devido a certificação da soja será destaque na Conferência da RTRS

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No último ano, foi certificado 1.290 milhão de hectares por meio da Associação Internacional da Soja Responsável (RTRS) no mundo. Destes, um milhão de hectares foi certificado em propriedades espalhadas pelo Brasil. A Fazenda Progresso, localizada no Piauí, é um caso. Comandada pela Família Sanders, a propriedade é um modelo de destaque nos quesitos de responsabilidade ambiental, social e econômica.

Para divulgar esse exemplo ao mundo, a Co-Fundadora do Grupo Progresso, Ani Heinrich Sanders, irá ministrar uma palestra na Conferência Anual da RTRS – RT14, que será realizada na Holanda, nos dias 11 e 12 de junho. O objetivo da empresária é abordar o desenvolvimento da produção e comercialização de soja utilizando os princípios e critérios da RTRS e os ganhos de valorização territorial.

“A Fazenda Progresso será apresentada na RT14 como um case de referência. Acompanhada do prefeito de Sebastião Leal-PI, município que estamos inseridos, irei apresentar a importância, mudanças, melhorias e crescimento que ocorreram, tanto na propriedade quanto na região, após o processo de certificação RTRS. Será ressaltada a transformação verificada em relação ao meio ambiente e a comunidade no entorno da propriedade”, observa.

Sanders conta que ela e sua família chegaram ao Piauí, especificamente na cidade de Sebastião Leal, em 2001, com o intuito de auxiliar o desenvolvimento da região e expandir os negócios da família. “Viemos do Rio Grande do Sul para o Piauí, pois ficamos sabendo que o estado seria uma ótima planície a ser desenvolvida pela agricultura”, relata.

Ao longo dos anos, constituíram o Grupo Progresso, que atualmente conta com cinco fazendas no estado e uma em Minas Gerais. As principais atividades desenvolvidas pelas propriedades são cultivo de soja, milho e algodão, beneficiamento de algodão, pesquisa, e produção de sementes de soja.

A Fazenda Progresso destaca-se tanto pela estrutura, que representa a visão por investir em inovação e tecnologia, quanto pela produção agrícola. No total, são 26 mil hectares de produção de soja e 4.100 hectares de algodão. Ambas as produções possuem certificação, a soja é certificada pela RTRS e o algodão pela ABR e Licenciamento BCI.

“Resolvemos investir na certificação da soja em 2014, pois já seguíamos vários dos critérios solicitados e identificamos que seria uma oportunidade para valorizar a propriedade e a região. A certificação trouxe notoriedade ao trabalho que realizamos e a venda de material RTRS ajudou a arcar com adequações necessárias. A visibilidade foi extremamente importante, pois atraiu compradores e novas empresas. Além disso, conseguimos mostrar que nosso trabalho é realizado com critério, seriedade e respeito ao meio ambiente e a comunidade”, observa o Diretor de Operações do Grupo Progresso, Gregory Sanders.

No quesito ambiental, a certificação RTRS possibilita a preservação da biodiversidade e áreas de alto valor de conservação, melhora a qualidade do solo e gestão de resíduos, entre outros aspectos. Em relação aos impactos sociais, observa-se diminuição na quantidade de acidentes de trabalho, treinamento para os colaboradores e interação com a comunidade. 

Desde 2013, a Fazenda Progresso tem sido grande parceira da cidade de Sebastião Leal, com investimentos nas áreas de educação e agricultura familiar. A escola municipal 12 de Janeiro teve um aporte direcionado para construção de três salas de aula e uma quadra poliesportiva, foi realizada a doação de uma usina fotovoltaica para a nova creche da cidade, além de um auxílio pedagógico na formação dos professores.

Na agricultura familiar do município, a Fazenda Progresso realiza doação de grãos e equipamentos para os produtores locais, que atualmente realizam técnicas agrícolas que antes não eram utilizadas para incrementar a produtividade e rentabilidade das lavouras. Esta realidade vai ao encontro do que conta Gisela Introvini, membro do Comitê Executivo da RTRS e Superintendente da FAPCEN, representando os produtores do Maranhão, Tocantins e Piauí.

“O povo nativo do MATOPI não possuía conhecimento sobre agricultura, mas aprenderam com os produtores do Sul e Centro-Oeste a trabalhar com máquinas agrícolas e técnicas de manejo do solo. Os grandes produtores especializaram a mão de obra local para essas necessidades e, com isso, em muitos municípios não houve migração das pessoas do meio rural para o meio urbano”, comenta.

Um dos requisitos do Padrão RTRS é que as propriedades certificadas fomentem projetos sociais e, nesse sentido, a Fazenda Progresso mantém relações comunitárias responsáveis. Casos como o da Fazenda Progresso existem em todo o mundo. No Brasil, outras propriedades certificadas RTRS se localizam nos estados do Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Na América do Sul, propriedades da Argentina, Uruguai e Paraguai possuem o selo RTRS. Representando a América do Norte, os Estados Unidos tem produtores certificados; na África, Moçambique, e na Ásia, produtores da Índia e China seguem os princípios da RTRS.

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