Celulares contaminam UTIs com bactérias resistentes à limpeza, diz pesquisa da USP

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Um mapeamento realizado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital das Clínicas da USP em Ribeirão Preto (SP) identificou que a maioria das bactérias está resistente à limpeza diária e que o celular é uma das principais fontes de contaminação nesses ambientes. Os resultados do estudo foram publicados em artigo na revista inglesa “Fronteiras na Saúde Pública”, em agosto deste ano. “Pega o telefone, dá uma olhada e naquele momento acaba de contaminar o aparelho. Se ele contaminou o aparelho, ou vai levar para casa, ou vai andar em outro quarto e pode ter o aparelho como fonte de contaminação”, afirma o pesquisador Rafael Silva Rocha. Segundo o pesquisador Lucas Ferreira Ribeiro, o objetivo do grupo é alertar profissionais da saúde sobre a importância da revisão constante dos protocolos de higiene. “Às vezes, o contato com determinado paciente e o toque em outras superfícies dentro da própria UTI, você pode criar contaminações cruzadas dentro deste ambiente. Então, há a necessidade de estar vigilante e comprometido com a higienização adequada”, diz. A pesquisa destaca ainda que o uso de antibióticos não é o único fator que torna as bactérias resistentes. O uso do mesmo produto químico diariamente também leva os microrganismos – principalmente os que são potencialmente mais preocupantes – se tornarem adaptados e ele. Ribeiro destaca que muitas bactérias podem estar em visitantes saudáveis e não gerar nenhum tipo de problema, mas, em ambiente de UTI, especialmente pediátrica, esses microrganismos oferecem mais risco, devido à vulnerabilidade dos pacientes. “Mesmo após a limpeza, não houve a diminuição efetiva de bactérias relacionadas com infecção hospitalar. Então, há a necessidade de rever esses protocolos, buscar outros mais eficientes ou mesmo ter rotatividade, não só de limpeza, mas da parte de higienização”, diz.

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