PP decide na próxima semana, nome para concorrer à presidência da UPB
O Partido Progressista (PP) decidirá na próxima segunda-feira, quem será o escolhido para representar o partido na eleição da UPB (União dos Municípios da Bahia), que ocorrerá no próximo dia 2 de março. O presidente da legenda no estado, o vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico da Bahia, João Leão (PP), reforçou que decisão será consensual, mas evita fazer prognósticos ao reforçar que decisão será dos prefeitos do PP. “Eu não estou querendo me envolver muito nisso. Nós estamos conversando e vamos ter uma reunião na próxima segunda para definirmos quem será o candidato, haverá uma unidade no partido”.
O PP conta hoje com sete candidatos, que segundo Leão são “fortes candidatos”. Na corrida eleitoral está o prefeito de Jequié, Zé Cocá, o gestor de Candeias, Pitágoras, o chefe do executivo de Serrinha, Adriano, o administrador municipal de Itaberaba, Ricardo Mascarenhas, o comandante do executivo de Santana, Marcão, o responsável pela cidade São Félix do Coribe, Chepa Ribeiro, e do prefeito de Governador Mangabeira, Marcelo.
A tendência é que, em 2022, diferente dos últimos pleitos, haja um disputa entre dois partidos da base do governador Rui Costa: PP e PT. O Partido dos Trabalhadores conta com quatro prefeitos na disputa: a prefeita de Rafael Jambeiro, Cibele Carvalho, a chefe do executivo de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, o gestor de Miguel Calmon, Caca, e o prefeito de Amargosa, Júlio Pinheiro.
O prefeito de Miguel Calmon afirmou que estava prevista uma reunião na última quinta-feira, 21, entre os candidatos e membros da legenda, para tratar da UPB, mas acabou sendo desmarcada de última hora. Ele sinaliza que a tendência é que os candidatos e membros do partido se reúnam na próxima semana para tratar do tema. O A Tarde tentou contato com o presidente do PT Bahia, Éden Valadares, mas até o fechamento desta matéria ele não retornou as ligações e nem respondeu às mensagens enviadas.
O edital de convocação das eleições para o biênio 2021-2022 foi publicado na última quinta-feira, 22. Junto ao edital, foi publicada a resolução com as regras que regerão o pleito, a exemplo da inscrição de chapas, que podem ocorrer da data da publicação do edital até o dia 10 de fevereiro. A eleição será presidida por uma comissão eleitoral composta por quatro prefeitos que anunciará a chapa vencedora composta por 16 nomes, sendo sete membros da diretoria executiva, cinco do conselho fiscal e igual quantidade de suplentes, no mesmo dia.
O presidente do PSD Bahia, o senador Otto Alencar (PSD), que já havia alertado que a legenda não terá candidato neste ano, após dois mandatos do seu correligionário na UPB, o prefeito de Bom Jesus da Lapa, Eures Ribeiro (PSD), afirmou que ainda não parou para tratar de um eventual apoio a uma das duas forças do arco de aliança do estado que estão na disputa.
O secretário estadual do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), e presidente do PCdoB Bahia, Davidson Magalhães, pontua que está esperando uma posição do governador Rui Costa (PT) sobre o pleito na UPB. Ele defende que haja apenas um candidato na disputa, assim como ocorre na ALBA, para garantir a unidade da base.
“Estou esperando a posição do governador. Essa decisão tem que estar dentro do balanço geral das forças políticas que compõem o governo, não pode ser uma coisa solta e nem isolada. Dos 417 municípios, só temos 16 prefeitos. Os nossos votos deverão ajudar, de novo, como foi buscado com muita dificuldade na costura da unidade da base na ALBA, na composição do quadro de unidade entre os partidos da base”, destacou Magalhães.
No campo de oposição a indecisão ainda é grande, o presidente do Movimento Democrático Brasileiro (MDB), Alex Futuca, que está conversando com os partidos, mas que ainda não havia um posicionamento.
O cientista político e professor da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), Claúdio André, a eleição para presidente da UPB em 2021 quebrará deverá demar o fim de um período de chapa única na disputa pelo comando da entidade que representa os prefeitos da Bahia, algo que não representava o histórico da entidade.
“Tradicionalmente a UPB tem bate-chapa. Tem uma polarização que é observada sobretudo pela mobilização de figuras que transitam entre o governo e a oposição. Os nomes que se destacam precisam agregar força dos dois lados e o que a gente percebe nesse momento, de alguma maneira, é que há uma perspectiva de rearranjo na base do governo, porque, de fato, houve um clima muito hostil relacionado à eleição para Mesa Diretora da Alba”, sinaliza André.
O cientista político sinaliza que o clima hostil tende a piorar com a remontagem da governabilidade de Rui Costa (PT) a partir da minirreforma que ele fará no seu 1º e 2º escalão. Ele sinaliza que a alocação dos espaços para o PP e para o PSB são fundamentais para entender o contexto de acirramento entre os partidos da base do governador que desemboca em um provável bate-chapa na ALBA.
Cláudio André acredita que vencerá o nome que melhor “transcender” o ambiente de polarização no estado entre o grupo do governador Rui Costa (PT) e do ex-prefeito de Salvador e presidente Nacional do Democratas, ACM Neto (DEM).
“Em geral, os nomes que vencem são lideranças que conseguem transcender essa polarização. Então, são nomes que representam capacidade de diálogo, de agregação de forças, de condução de um clima mais político, do ponto de vista republicano, e que são capazes de representarem os interesses Municipalistas”, destacou Cláudio André. As informações são do portal A Tarde.