Radialista Joel Magno morre aos 93 anos e Feira de Santana perde o mais velho locutor da história

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Joel era o radialista mais antigo de Feira de Santana. Nos mais de 70 anos de carreira, foi quem trouxe Roberto Carlos, pela primeira vez, para um show no Ginásio de Esportes do Feira Tênis Clube, em Feira de Santana. Além do Rei, outros artistas também estiveram em Feira de Santana trazidos por ele, como o Trio Nordestino, Agnaldo Timóteo, Nelson Ned e Wanderley Cardoso.

O radialista iniciou no rádio na fundação da rádio Sociedade AM 970, em 1948. Na época, o programa ‘Atrações J.Magno’ recebia centenas de cartas de ouvintes, comprovando o sucesso de décadas que ele adquiriu.

Ele deixa uma filha, Keyla Magno, e dois netos: Plínio e Brenda.

Por várias décadas comandou o famoso programa de variedades “Atrações J. Magno”, de grande audiência. Ele também revelou vários talentos para as rádios da cidade como Paulo José, Edmundo de Carvalho, o popular ‘Palito’; Ed Carlos e o saudoso Othon Carlos.

História

Com mais de 60 anos de carreira, o radialista Joel Magno, ou simplesmente J. Magno, era um dos mais velhos locutores do rádio feirense. Por várias décadas comandou o famoso programa de variedades “Atrações J. Magno”, de grande audiência em todas as emissoras por onde passou. Ele revelou vários talentos para as rádios da cidade, como Paulo José, Edmundo de Carvalho, o popular ‘Palito’, Ed Carlos e Othon Carlos.

J. Magno no seu serviço de alto-falante, apesar das limitações, sua voz ecoava pela cidade

Joel Magno encaminhou outras personalidades que se consagraram, inclusive para o rádio de Salvador. Dentre os colegas que atuam no rádio feirense, aqueles que Magno mais apoiou foram Carlos Geilson e Nivaldo Lancaster. 

“O mais caro e o mais procurado” e o “Rei do Rádio” foram os dois slogans que se incorporaram a Joel, que começou na profissão em 1948 na Rádio Sociedade, onde foi um dos fundadores da emissora.

“Tive esta alegria de começar na emissora mais popular da cidade através do finado Arival Costa de Souza, o conhecido Duduinha, que percebeu o meu talento para a coisa e me convidou. Aceitei o desafio e comandei ao longo dos anos ‘Atrações J. Magno’, onde tocávamos muita música, tinha a participação da população e a grande audiência foi um reflexo da forma como eu fazia o rádio: com carinho, amor e dedicação acima de tudo”.

O locutor também ficou conhecido por circular pelas feiras livres com o seu serviço móvel de alto falante, que montava em cima de uma rural. 

Antes de morrer, J. Magno disse que a grande diferença entre o rádio de ontem e de hoje era justamente o comercial. “Antigamente, a gente tinha o nosso salário fixo e, se por ventura conseguíssemos comerciais, tínhamos uma porcentagem em cima disso. Nunca ofendi ninguém porque o microfone é uma arma poderosa e pode causar prejuízos, se mal utilizado. Hoje temos grandes profissionais, mas hoje o rádio é muito mais comercial”.

Encontro e prisão

Joel Magno era uma figura bastante querida no rádio de Feira de Santana, onde sempre circulava pelas ruas e no comércio. Tanto os profissionais das antigas quanto os mais novos nutriam uma grande simpatia por ele.

Segundo o experiente radialista e diretor do Sinjorba, Jair Cezarinho, ele, Joel Magno, tem muitas histórias e é uma referência no rádio de Feira de Santana. “Ele era tão querido pelos ouvintes, que uma certa época foi ‘arrancado’ da prisão”, diz, para depois detalhar um episódio pitoresco:

Jair Cezarinho, diretor do Sinjorba e amigo e admirador do comunicador Joel Magno

“Nessa época ele trabalhava na Rádio Sociedade de Feira, onde fazia o programa “Atrações J. Magno”, de grande sucesso, e morava na Praça Froes da Mota, no centro de Feira. Um certo dia, Joel havia tomado banho e ficou na frente da casa, com o pijama e a toalha no ombro. Nesse momento, passou uma menina e ele então falou: ‘Que normalista linda! Como é o seu nome?’. O fato repercutiu porque a jovem contou ao seu pai, que era um juiz, que mandou prender Joel imediatamente. Mas quando os ouvintes souberam, foram para a cadeia e soltaram ele à força. Depois, o juiz teve que ir embora de Feira de Santana”, lembrou Cezarinho.

(informações: A Cidade e Jair Cezarinho).

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