A OMS (Organização Mundial da Saúde) afirmou que a variante indiana do Sars-CoV-2, coronavírus responsável pela covid-19, já foi detectada em pelo menos 17 país.
Em seu relatório semanal sobre a pandemia, divulgado nessa 3ª feira (27.abr), a organização disse que a maioria dos casos encontrados da B.1.617, como é chamada a variante indiana, “vem da Índia, Reino Unido, Estados Unidos e Cingapura”.
A variante também foi identificada em outros países, como Bélgica, Suíça, Grécia e Itália.
Em entrevista à DW, o cientista Gautam Menon, professor da Universidade de Ashoka, disse que a variante contém “duas mutações críticas que poderiam levar a uma maior capacidade do vírus de se ligar a células humanas. Isso a torna mais eficiente”.
O cientista afirmou que a variante tem se mostrado capaz de escapar do sistema imunológico humano e dos anticorpos criados por uma infecção anterior ou pela vacinação.
“A variante B.1.617 do Sars-CoV-2 carrega duas mutações, E484Q e L452R. Ambas são encontradas separadamente em muitas outras variantes do coronavírus, mas foram relatadas juntas pela primeira vez na Índia.”, completou Gautam Menon.
A OMS classificou a variante como “de interesse” e não como “preocupante” (categoria que indica que uma cepa pode ser mais contagiosa, mais letal e capaz de resistir a vacinas).
A P.1, originária de Manaus (AM), é classificada pela OMS como “preocupante” –assim como as variantes britânica e sul-africana.
Mas a OMS destacou que os estudos ainda são preliminares e baseados em poucas amostras. A organização disse que “são necessárias investigações adicionais” sobre o contágio, a gravidade e o risco de reinfecção da variante indiana.
O estudo preliminar da organização indica que a “B.1.617 tem uma taxa de crescimento mais alta do que outras variantes que circulam na Índia, sugerindo que é mais contagiosa”.
O número de novas infecções de covid-19 aumentou pela 9ª semana consecutiva. Foram quase 5,7 milhões de novos casos relatados na última semana. O número de novas mortes aumentou pela 6ª semana seguida, com mais de 87.000 novos registros.
A Índia aparece como o país que registrou o maior número de novos casos na semana de 19 a 25 de abril. Foram 2.172.063 novos casos, um aumento de 52% com relação a semana anterior.
O país é seguido de Estados Unidos (406.001 novos casos; redução de 15%), Brasil (404.623 casos novos; redução de 12%), Turquia (378.771 novos casos; redução de 9%) e França (211.674 novos casos; redução de 9%).
© Fornecido por Poder360 Casos reportados do coronavírus por 100 mil pessoas nos últimos 7 dias
A Índia está enfrentando uma situação crítica por conta do grande número de casos de covid-19 e mortes pela doença. Na 2ª feira (26.abr), o país registrou um recorde mundial de 352.991 pessoas infectadas em um único dia e um recorde nacional de 2.812 mortos. Nessa 3ª (27.abr), a nação anunciou 2.771 óbitos.
O país acumula 17.997.267 casos de infecções pelo coronavírus e mais de 200 mil mortes por covid-19, segundo o medidor Worldometer.
A OMS mobilizou ajuda à Índia na 2ª (26.abr), depois de afirmar que o cenário do país é “de partir o coração”. O diretor-geral da instituição, Tedros Adhanom Ghebreyesus, informou que a OMS está “fazendo de tudo” para amparar o país.
“A situação na Índia é mais do que dolorosa, e a OMS está fazendo tudo ao seu alcance, mobilizando equipamentos e enviando ajuda, incluindo concentradores de oxigênio, hospitais móveis pré-fabricados e suprimentos de laboratório”, disse o diretor-geral.
Ghebreyesus indicou que a OMS posicionou 2.600 membros da equipe no país para apoiar a resposta das autoridades sanitárias indianas no local.
O primeiro avião com ajuda médica para a Índia, com 100 respiradores e 95 concentradores de oxigênio doados pelo Reino Unido, chegou nesta 3ª feira (27.abr.2021) a Délhi. Londres enviará mais 495 concentradores e 140 respiradores nos próximos dias.
O governo dos Estados Unidos prometeu enviar compostos para a produção de vacinas, equipamentos de proteção, testes rápidos de diagnóstico e respiradores.
De acordo com o Our in Data, medidor ligado à Universidade de Oxford, a Índia já administrou mais de 142 milhões de doses de vacina. O numero é estabelecido por doses únicas aplicadas e pode não ser igual ao número total de pessoas vacinadas.