Um estudo conduzido na China afirma que a CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, é eficaz contra a maioria das variantes conhecidas do coronavírus Sars-CoV-2. A pesquisa foi publicada na 5ª feira (27.mai.2021) na revista científica Lancet.
Os anticorpos produzidos pela vacina foram capazes de bloquear igualmente as variantes D614G, a primeira mutação do vírus a surgir, a britânica B.1.1.7 e a B.1.429, variante identificada na Califórnia, nos EUA. Já para a brasileira P.1, que surgiu em Manaus, a sul-africana B.1.351 e a nova-iorquina B.1.526, a vacina foi eficaz, mas produziu menos anticorpos neutralizantes.
No Brasil, a CoronaVac é produzida pela Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, em São Paulo, e responde por cerca de 6 em cada 10 doses de imunizante aplicadas no país.
No estudo, os pesquisadores colheram amostras de sangue de 93 profissionais de saúde saudáveis antes e depois de serem imunizados com as 2 doses da CoronaVac. Na sequência, as porções que continham os anticorpos foram testadas contra réplicas artificiais de cada uma das mutações do vírus.
O sangue pré-vacinação não apresentou nenhum anticorpo neutralizante contra o Sars-CoV-2. Já entre as amostras dos indivíduos imunizados, 76% continham anticorpos capazes de neutralizar o vírus “original”.
Essa taxa caiu quando testada contra as 3 variantes: foram 34% para a P.1, 26% para a mutação nova-iorquina e apenas 5% para a sul-africana. Tal queda está relacionada à mutação E484K, comum a essas 3 variantes, que é conhecida por reduzir significativamente a ação de anticorpos neutralizantes.
Mesmo com a produção menor para neutralizar o vírus na variante P.1, a CoronaVac ainda assim foi capaz de conferir proteção. Um estudo desenvolvido por pesquisadores do Instituto Butantan mostrou que a vacina tem potencial de proteção contra a variante de Manaus.
Segundo a Folha de Pernambuco, os autores do estudo afirmam que, assim como as vacinas de RNA mensageiro- caso da Pfizer e da Moderna, as vacinas de vírus inativado têm sido eficazes na proteção contra as formas do vírus em circulação, incluindo as variantes que causam maior preocupação.