Em discurso, Bolsonaro defende voto impresso, chama Lula de ‘vagabundo’ e ataca CPI

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Em discurso para apoiadores após a realização da motociata ocorrida em Chapecó no último sábado, 26, o presidente Jair Bolsonaro criticou medidas de isolamento, defendeu o voto impresso, voltou a afirmar a existência de fraudes no pleito de 2018 e disse que a CPI da Covid é conduzida por “sete pilantras”. O discurso ocorreu do alto de um trio elétrico ao lado da Arena Condá e foi transmitida ao vivo em rede social.

“O Brasil ainda passa por um momento difícil. Desde o começo, falei que teríamos dois problemas. O vírus e o desemprego. Eu fiz a minha parte, não fechei um ‘botequim’ sequer. Não decretei lockdown e nem toque de recolher. Porque eu respeito a nossa Constituição”, afirmou.

Ao comentar sobre a CPI da Pandemia, Bolsonaro omitiu qualquer menção ao caso das irregularidades na compra das vacinas da Covaxin, denunciado pelo deputado Luís Miranda e seu irmão, e apenas criticou a comissão de formas gerais.

“Temos uma CPI de sete pilantras que não querem investigar quem recebeu o dinheiro. Apenas quem mandou o dinheiro. Lamentavelmente, o Supremo decidiu pela CPI, e decidiu também que governadores (fossem desobrigados) a comparecer à mesma. Querem apurar o quê? No ‘tapetão’, não vão levar”, atacou.

O voto impresso, outra bandeira do presidente, foi novamente defendido por Bolsonaro que afirma ter como intenção “por um fim na fraude que acontece a cada eleição”, ainda que jamais tenha apresentado provas da acusação. Bolsonaro ainda atacou o ex-presidente Lula (PT), apontado como seu principal adversário no pleito.

““Tem eleições no ano que vem e, se Deus quiser e com o apoio do parlamento, o voto (será) auditável. Vamos botar um fim na fraude que deve acontecer, com toda certeza, a cada eleição. Tiraram um vagabundo da cadeia, tornaram esse vagabundo elegível. Querem, agora, torná-lo presidente pela fraude”, disse.

A visita de Bolsonaro em Chapecó ocorre durante um momento crítico do enfrentamento da pandemia por parte do município de pouco mais de 220 mil habitantes. Com 648 mortes registradas, a cidade aponta 96% dos leitos de UTI da rede pública lotados, segundo boletim divulgado no site da Prefeitura.

Apesar dos índices, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), andou na garupa da moto de Bolsonaro e defendeu o presidente em seu discurso, ainda que nenhum anúncio do governo federal para a cidade tenha sido feito.

“Nos trouxe felicidade, paz e vontade de continuarmos nessa caminhada. No caminho do bem. Encerramos com chave de ouro. Não importa o que dirão. O que importa, é o que vivemos hoje”, afirmou Rodrigues.

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