Com baixa cobertura vacinal, volta do sarampo preocupa autoridades sanitárias
A campanha de vacinação contra o sarampo imunizou 8,33% das crianças com idades de 6 meses a menos de 5 anos (4 anos, 11 meses e 30 dias) na Bahia. Com relação à vacinação de rotina, fora da campanha, a cobertura em primeira dose chega a 13,02% e a segunda em 8,58%, segundo a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab).
A pasta não detalhou os números absolutos dos percentuais. A Vigilância Epidemiológica de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, emitiu alerta sobre os casos de sarampo na cidade. Ao todo, 11 casos suspeitos foram notificados e nove deles acabaram descartados. Os dois restantes ainda estão em investigação.
Aliada à baixa cobertura da campanha vacinal, a possibilidade de circulação livre do vírus preocupa as autoridades sanitárias. Em Salvador, apenas 2% das crianças que são público-alvo da imunização foram vacinadas, um total de 3.150, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
Os pais e/ou responsáveis de mais de 206 mil crianças na faixa etária da campanha ainda não procuraram os postos, na capital. A campanha de vacina contra o sarampo foi iniciada no dia 4 de abril.
As doses estão disponíveis na capital em todas as 156 salas de imunização dos postos de saúde da rede municipal, de segunda a sexta-feira, exceto feriados, das 8h às 17h.
Queda na vacinação contra o sarampo
A vacinação contra o sarampo tem registrado queda. No último ano, a Bahia registrou 61,6% da cobertura prevista da tríplice viral, um percentual bem abaixo com relação a anos anteriores.
Essa baixa cobertura tem graves consequências e pode ocasionar o reaparecimento de doenças antes consideradas erradicadas. O país chegou a ser considerado livre do sarampo em 2016, mas perdeu o certificado após um novo surto três anos depois.
Sarampo
O sarampo é uma doença altamente contagiosa causada por um vírus transmitido por vias aéreas, que já foi muito prevalente na infância de todas as crianças brasileiras. Ele pode deixar sequelas por toda a vida ou levar à morte.
Sintomas comuns e característicos da doença são manchas brancas na parte interna da bochecha e vermelhas na pele. Elas aparecem primeiro no rosto e vão em direção aos pés. Outros sintomas comuns são tosse persistente, irritação nos olhos e corrimento no nariz.
A doença também pode causar febre, infecção nos ouvidos, pneumonia, diarreia, conjuntivite, perda e apetite e convulsões. O vírus pode atingir as vias respiratórias e até provocar infecções no encéfalo. No limite, pode provocar lesão cerebral e levar à morte.