Bolsonaro afirma que joias apreendidas iriam para acervo da Presidência: ‘Não pedi, nem recebi’

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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou que tenha havido irregularidades na tentativa de trazer joias de valor milionário da Arábia Saudita. Em sua primeira manifestação sobre o caso, revelado pelo Estadão, o político se defendeu afirmando que não pediu, nem recebeu o presente. Na sexta-feira, 3, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, a quem o item mais valioso do presente seria endereçado, também negou ter conhecimento das joias e ironizou o ocorrido.

Procurado por meio de seu advogado Frederick Wassef antes da publicação da reportagem, porém, o ex-chefe do Executivo declarou que não queria se manifestar.

Em declaração à CNN neste sábado, 4, Bolsonaro afirmou: “Estou sendo acusado de um presente que eu não pedi, nem recebi. Não existe qualquer ilegalidade da minha parte. Nunca pratiquei ilegalidade”. O Estadão mostrou que o governo Bolsonaro tentou ao menos nove vezes reaver as joias. Em uma das tentativas, o político acionou o Itamaraty e alegou que o presente iria para o “acervo”, sem especificar qual.Joias de três milhões de euros doadas a Michelle Bolsonaro que foram apreendidas pela Receita Federal por tentativa de entrada ilegal no País. Foto: Wilton Junior/Estadão© Fornecido por Estadão

Como mostrou o Estadão, a Receita Federal reteve um conjunto de peças valiosas, incluindo colar, um par de brincos, anel e relógio avaliados em R$ 16,5 milhões, que estavam na mochila de um assessor do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, quando ele desembarcou da Arábia Saudita no aeroporto de Guarulhos, em 26 de outubro de 2022.

O ministro, acompanhado de comitiva que incluía o servidor, estava representando o governo brasileiro na reunião de cúpula “Iniciativa Verde do Oriente Médio”, realizada na capital daquele país. Albuquerque afirmou ao Estadão que não fazia ideia do conteúdo dos embrulhos quando embarcou para o Brasil. Além da joia para Michelle, também havia um relógio e uma escultura de cavalo com as patas quebradas.

Na noite de sexta-feira, 3, após a revelação do caso, o ministro Bento Albuquerque mudou sua versão. Em entrevista ao jornal O Globo, disse que as peças “foram devidamente incorporadas ao acervo oficial brasileiro”, mas não explicou por que teria ocorrido a apreensão.

Ao comentar o assunto numa rede social na sexta-feira, Michelle Bolsonaro afirmou: “Quer dizer que eu tenho tudo isso e não estava sabendo?”. Horas depois, ironizou: “Saudade do que nós não vivemos”.

Defensores contumazes do ex-presidente nas redes sociais, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) silenciaram sobre o caso. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) compartilhou somente uma publicação afirmando que a revelação se trata de “desespero da imprensa e de Lula”.

Fonte: Estadão

Entenda o passo a passo do governo Bolsonaro na tentativa de reaver as joias.

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