Rui Costa diz que governo está preocupado com poderio bélico de facções: ‘armamento de guerra’
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse na última terça-feira (26), que o governo federal está preocupado com o poderio bélico das facções criminosas espalhadas pelo Brasil.
A declaração foi feita nesta terça-feira (26), durante entrevista para rádios da Bahia, em meio à onda de violência no estado governado por ele entre 2015 a 2022. Em agosto, o governo federal firmou um acordo com o estadual para combater o crime organizado.
Durante a entrevista, Rui Costa informou que os criminosos atuam com “armamentos de guerra” nas capitais do estados brasileiros e mostrou preocupação com a investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que descobriu uma espécie de escola preparatória com táticas de guerrilha na Maré, um dos maiores complexos de favelas do estado.
“São armamentos de guerra que estão nas áreas urbanas das nossas capitais. É muito preocupante vídeos como aqueles que a imprensa divulgou de criminosos fazendo treinamento militar”, afirmou o ministro da Casa Civil.
Outro caso citado por Rui Costa foi a operação que terminou com cinco homens mortos, um deles policial federal, no bairro de Valéria, em Salvador, no dia 15 de setembro.
“A forma como às vezes vem a óbito policiais nossos. Policial Federal morto na Bahia teve tiro na cabeça, no olho. Foi um tiro de precisão, de gente que está sendo treinada por treinamento militar para o confronto de quase uma guerra aberta nas ruas das capitais brasileiras e das principais cidades”, disse o ex-governador da Bahia.
Ao Blog da Andreia Sadi, na segunda-feira (25), Rui Costa disse que o governo Lula pretende criar uma política conjunta entre Forças Armadas e Polícia Federal para combater a presença de fuzis e outras armas pesadas no Brasil.
Nesta terça, ele voltou a citar a necessidade da política conjunta contra a atuação das facções criminosas.
“É preciso planejamento. O Brasil não fabrica fuzil americano. Não fabrica fuzil israelense, alemão, nem russo, aqui os bandidos estão enfrentando policiais com granada, com armamento ponto 50, que é armamento para derrubar avião, helicóptero”.
Rui Costa disse ainda que além do da união entre as forças de segurança, é preciso enxergar o papel das guardas municipais e também das forças federais, das forças armadas, da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal para impedir a chegada de armamentos pesados nos estados.
Na Bahia, o número de fuzis apreendidos entre janeiro e setembro deste ano mais que dobrou em relação ao comparado durante todo 2022.
“É preciso um monitoramento, um planejamento mais acentuado de aeroportos, de portos, de fronteira seca. É preciso montar um policiamento específico para os aeroportos”.
O planejamento, conforme o ministro da Casa Civil, será feito por especialistas da Polícia Federal, das forças armadas e das polícias estaduais.