Caso Marielle! PF prende irmãos Brazão e ex-chefe de polícia como mandantes

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A Polícia Federal prendeu, na manhã de domingo (24/3), três suspeitos de mandar matar Marielle Franco. A Operação Murder Inc. apura os homicídios da vereadora e do motorista Anderson Gomes e a tentativa de homicídio da assessora Fernanda Chaves. (Foto: Chiquinhio, Domingos e Barbosa, os três ditos mandantes).

Foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ); o irmão dele, Domingos Brazão, que é conselheiro do Tribunal de Contas do Rio; e o ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.

BUSCA E APREENSÃO – Foram cumpridos três mandados de prisão preventiva e 12 de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF), todos na cidade do Rio de Janeiro/RJ. Também são apurados os crimes de organização criminosa e obstrução de justiça.

A ação conta com a participação da Procuradoria-Geral da República (PGR) e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), e apoio  da Secretaria de Estado de Polícia Civil do Rio de Janeiro e da Secretaria Nacional de Políticas Penais, do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Conforme prevê artigo 797 do Código de Processo Penal, “os mandados de natureza criminal podem ser cumpridos em qualquer horário, inclusive aos domingos e dias feriados”.

LIGAÇÃO COM MILÍCIA – Chiquinho e Domingos Brazão têm o reduto político e eleitoral em Jacarepaguá, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro, historicamente dominado pela milícia.

Chiquinho Brazão foi citado na delação de Ronnie Lessa, assassino confesso de Marielle Franco. Ele foi vereador na Câmara Municipal do Rio de Janeiro pelo MDB por 12 anos, inclusive durante os dois primeiros anos de mandato de Marielle, entre 2016 e março de 2018, quando foi assassinada.

Em 2018, Brazão foi eleito para a Câmara dos Deputados pelo Avante e, em 2022, foi reeleito para a Casa Legislativa pelo União Brasil.

BOA RELAÇÃO? – Chiquinho nunca havia sido citado no caso Marielle e chegou a afirmar à coluna do Guilherme Amado que tinha um bom convívio e relação com Marielle Franco nos dois anos em que dividiram o plenário da Câmara carioca.

Entretanto, o nome de seu irmão, Domingos Brazão, apareceu no depoimento do miliciano Orlando Curicica sobre o crime à Polícia Federal.

Assassino confesso de Marielle Franco, o delator Ronnie Lessa disse à Polícia Federal (PF) que o contexto da execução envolveu uma disputa imobiliária em área de interesse da milícia, na Zona Oeste do Rio. Essa linha de investigação deu um nó na cabeça da classe política carioca.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Demorou, mas enfim a investigação andou. Com delação ou alcaguetação, sempre fica mais fácil. E um final vexaminoso, indecoroso, vergonhoso – três homens públicos envolvidos com sanguinários milicianosQue país é esse? (C.N.)

Paulo Toledo Piza / Metrópoles

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