Guardas municipais suspeitos de agredir adolescente e torturar homem são presos em São Gonçalo dos Campos
Dois guardas municipais suspeitos de envolvimento em episódios de tortura e lesão corporal grave em São Gonçalo dos Campos, no centro norte baiano, foram presos na quinta-feira (11). Umas das vítimas é um adolescente de 17 anos que foi agredido por guardas municipais em uma festa da prefeitura.
As prisões preventivas foram requeridas à Justiça pelo Ministério Público estadual no último domingo (7). A pedido do MP, a Justiça também decretou a suspensão do exercício da função pública e do porte de arma de fogo dos dois e de outros cinco guardas municipais. Além disso, esses cinco últimos agentes estão proibidos de manter contato e se aproximar das vítimas dos crimes e de seus parentes próximos.
O casos – O primeiro caso investigado aconteceu no dia 1º de julho durante uma festa popular promovida pelo Município de Gonçalo dos Campos. Na ocasião, um guarda municipal, usando um cassetete, aplicou um forte golpe na cabeça de um adolescente. O jovem, que estava de costas no momento do ataque, sofreu lesões graves e precisou ser transferido de uma unidade de saúde da cidade para o Hospital Geral do Estado, em Salvador, onde passou por várias cirurgias.
Vídeos que circulam nas redes sociais mostram quando a vítima é agredida a golpes de cassetete por homens e cai no chão. As imagens ainda mostram o garoto desacordado e sendo socorrido por moradores da região.
Já no dia 2 de julho, outros guardas municipais agrediram um homem negro já detido e cercado pelos agentes. Os agentes deram golpes de cassetete, socos e chutes, além de intenso sofrimento mental, como forma de aplicar um castigo.
Segundo o promotor de Justiça Marcel Bittencourt, os guardas tomaram o telefone celular de uma pessoa que testemunhou a tortura, para apagar fotos e vídeos.
Comandante da Guarda afastado – No dia 4 de julho, comandante-geral da Guarda Municipal de São Gonçalo dos Campos, Márcio de Oliveira Machado, teve a exoneração publicada do Diário Oficial do município.
A investigação municipal também determinou a instauração de Processo Administrativo Disciplinar para apuração das condutas praticadas por outros guardas municipais no evento, conforme consta no Diário. Eles foram identificados como: Luiz Cláudio Pedreira do Nascimento, Gustavo Costa Ferreira, Antônio Bonfim de Jesus Neri, José Roque Soares Filho e Jorge Nei Araújo.
Um deles, o agente Gustavo Costa Ferreira já tinha sido afastado pelo prazo de 60 dias, sem prejuízo da remuneração. O objetivo é que, na condição de investigado, “não venha a influir na apuração dos fatos”.