Mais de 3 mil presos estão matriculados em cursos de educação básica nas penitenciárias da Bahia

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Internos frequentam salas de aula nas unidades penais do estado | Foto: Seap/ Divulgação

As unidades prisionais da Bahia, geridas pela Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), estão oferecendo educação formal aos internos, com cursos que vão do ensino fundamental ao médio. Segundo dados da Seap, atualmente 3.538 reeducandos estão matriculados nas salas de aula das unidades penais do estado, que contam com escolas e núcleos de educação.

A Seap informou que 399 professores atuam nessas instituições, distribuídos por 127 salas de aula, 25 bibliotecas e 10 laboratórios de informática. Um exemplo desse trabalho ocorre no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, onde o Colégio Estadual Professor George Fragoso Modesto atende 1.622 internos em 84 turmas, vindos de diferentes unidades do complexo, como a Colônia Lafayete Coutinho, o Hospital de Custódia e a Casa do Albergado e Egresso (CAE).

No colégio, 56 professores dão aulas para jovens e adultos que estão concluindo o ensino fundamental e médio. Para José Antônio Matos, vice-diretor da escola, o aprendizado tem um papel essencial na reintegração social dos presos. “A educação é um dos pilares desse processo, permitindo que os reeducandos vislumbrem um futuro além do cárcere. Muitos já concluíram o ensino médio e estão preparados para ingressar no mercado de trabalho”, afirmou.

Outro exemplo vem do Conjunto Penal de Lauro de Freitas, também sob administração da Seap. Lá, 120 internos participam do curso de ensino fundamental. Liana Rezende, pedagoga que atua na unidade há 16 anos e no sistema prisional há mais de 20, relatou à Seap que a educação tem transformado a vida dos custodiados e de suas famílias. “Temos exemplos de reeducandos que hoje trabalham em lojas, concessionárias e até empresas públicas, além de alguns que concluíram o ensino superior”, explicou.

Liana também destacou o quanto é gratificante ensinar nesse contexto. Segundo ela, a maior satisfação é ver o interesse dos internos em voltar a estudar. “Fazer com que eles saiam transformados pela educação, tendo uma melhor perspectiva de vida, também para as suas famílias. Isso é muito gratificante”, disse a professora.

N. S

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