Pela primeira vez, durante o Carnaval de Salvador, o Departamento de Polícia Técnica (DPT) realizará testes rápidos para identificação de LSD e ecstasy. O procedimento aponta a existência do princípio ativo da droga em menos de um minuto. O resultado é suficiente para que o portador da substância seja conduzido à delegacia para posterior investigação.
Nos últimos anos, no período do Carnaval, as solicitações para análise dessas drogas sintéticas cresceram 333%. Foram nove requisições para identificação de substância em 2018 e 39 em 2019. A perita criminal do DPT, Márcia Portela, lembra que o aumento no consumo de drogas sintéticas não é uma exclusividade da festa em Salvador e, sim, um fenômeno mundial. “Na Europa, surge uma nova droga por semana, na busca de se aumentar a potência ou de se burlar a legislação que define o que é ou não proibido”, afirma.
Márcia Portela acrescenta que o ecstasy e o LSD são drogas bastante conhecidas, com os sintomas e efeitos já mapeados. “Mas, em relação às novas, nós não sabemos ainda quais são os impactos no organismo. Algumas são muito tóxicas e podem levar à overdose. Muitas vezes, a pessoa compra uma droga pensando que é ecstasy ou LSD e, na verdade, está levando outra substância diferente”, alerta.
Havendo o indiciamento do portador da substância pela Polícia Civil, é necessário um teste mais rigoroso. “O nosso exame definitivo, feito aqui no laboratório, com os equipamentos de ponta, detecta mais de três mil substâncias. Esse catálogo é atualizado anualmente com base no que vem sendo produzido e descoberto na Europa. Este teste definitivo é o que deve ser usado no processo criminal”, finaliza a perita.
Repórter: Raul Rodrigues