Quartel onde Cid Gomes foi baleado é reocupado por policiais que não aderiram à greve

Equipes do Comando de Polícia de Choque (CPChoque) da Polícia Militar do Ceará retomaram o quartel do 3º Batalhão de Polícia Militar (3º BPM), em Sobral. Na quarta-feira, o senador licenciado Cid Gomes (PDT-CE) foi atingido por dois disparos de arma de fogo ao tentar romper um bloqueio de policiais grevistas com uma retroescavadeira no local. Após a confusão, o CPChoque realizou incursão no quartel no 3º BPM, mas os policiais amotinados fugiram antes da ação se concretizar.

Cerca de 300 homens da Força Nacional de Segurança são esperados no Estado, após o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, atender ao pedido feito pelo governador Camilo Santana (PT) ao governo federal.

Após o início da paralisação de policiais, depredação de viaturas e ocupação de prédios desde a noite de terça-feira, 18, na Região Metropolitana de Fortaleza, homens encapuzados foram vistos em Sobral desfilando em viaturas. Eles se juntaram no quartel do 3º BPM após Cid Gomes anunciar nas redes sociais que estava indo à cidade negociar com o movimento.

Na tarde de quarta-feira, Cid fez discurso chamando parte dos policiais de “bandidos” e, em seguida, dirigiu-se ao quartel do 3º BPM. Ele avisou aos policiais que teriam cinco minutos para sair, derrubou o portão do quartel com uma retroescavadeira, sendo baleado em seguida.

Cid Gomes foi levado ao Hospital do Coração de Sobral, onde passou por cirurgia. Ele também realizou exames na Santa Casa, mas retornou ao HC, onde está em observação. Ele não corre risco de morte. O hospital está escoltado por viaturas da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Governo do Estado afirmou em nota que o caso está sendo investigado pela Polícia Civil do Estado do Ceará, em conjunto com a Polícia Federal.

Fortaleza

No centro de Fortaleza, a movimentação nas ruas na manhã desta quinta-feira é normal, apesar do sentimento de insegurança por parte de lojistas. O gerente Wellington Rodrigues torce para que toda a situação seja resolvida o mais breve possível. “A gente depende do trabalho dos policiais. A nossa loja fica em uma área privilegiada, com grande visibilidade, eu não tenho visto policiais nas ruas e isso me deixa temeroso”, disse.

Oficialmente, a Secretaria de Segurança Pública do Ceará informa que há policiais civis nas ruas de Fortaleza e do interior reforçando o policiamento ostensivo junto aos PMs.

Manoel Cruz e Lôrrane Mendonça, especiais para o Estado

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