O médico Geraldo Freitas Junior, acusado de matar o amigo e colega de profissão Andrade Santana Lopes, deu novo depoimento à polícia e desta vez deu detalhes sobre o ocorrido no dia do crime. No primeiro depoimento, ele ficou em silêncio. Geraldo Freitas Junior, que está preso no Conjunto Penal de Feira de Santana, alegou que uma premonição em um sonho foi o motivo do assassinato. Principal suspeito do crime, Geraldo Freitas chegou a dar queixa na polícia pelo desaparecimento do colega. O corpo de Andrade foi encontrado no Rio Jacuípe, em São Gonçalo dos Campos, no dia 28 de maio, após quatro dias desaparecido.
De acordo com o delegado Roberto Leal, em entrevista à TV Subaé, no depoimento ocorrido na quarta (2), Geraldo Freitas disse que um familiar dele, que seria ligado a uma religião esotérica, teve um sonho, onde Geraldo era morto por duas pessoas, uma delas vestindo uma camisa de um time de futebol. Ainda de acordo com o depoimento, Geraldo teria acreditado no sonho e no dia em que encontrou Andrade para cometer o crime, o amigo vestia a mesma camisa citada no sonho. O depoimento do acusado durou cerca de 7h.
“Inicialmente ele relatou que era amigo de Andrade e não tinha nenhum tipo de desentendimento com ele e que tudo aconteceu porque no dia do fato, um familiar dele, que é ligado a uma religião esotérica, teria tido uma premonição de que ele seria morto por duas pessoas. Essa pessoa descreveu o sonho, a roupa que seria usada para imobilizá-lo e ele informou que estava vestido com essa roupa no dia 24 e por isso ele acreditou nesse sonho premonitório. A pessoa descrevia que eram dois homens altos e magros e ele ficou pensando nisso o dia todo”, disse o delegado.
Ao Acorda Cidade, o delegado detalhou que Geraldo alega que, no dia do crime, teve acesso ao celular de Andrade ao chegar no Rio Jacuípe, para passear de moto aquática. Neste momento, Geraldo teria percebido uma conversa entre Andrade e um homem que seria um desafeto (de Geraldo). A suspeita do envolvimento de Andrade com um suposto rival de Geraldo teria motivado o crime, já que segundo o acusado, o sonho do familiar falava que ele seria morto por duas pessoas.
Geraldo ainda deu a entender que o disparo que matou Andrade teria sido acidental e que ele teria tentado socorrer o amigo, mas que o corpo teria se desprendido e afundado. “Ele lembrou-se do sonho premonitório e passou a desconfiar de que Andrade poderia estar armando a morte dele. Saíram os dois para o rio, Andrade pilotava a moto aquática. Em determinado momento, ele sacou a arma e a colocou na cabeça de Andrade. Em seguida pediu o celular para confirmar as suspeitas dele. Em determinado momento, ele relatou que houve esse disparo em virtude de um movimento brusco e depois do tiro Andrade acabou caindo no rio. Segundo Geraldo, ele tentou dar socorro a Andrade amarrando a corda e a âncora no corpo dele para levar para a beira do rio. Contudo, o corpo se desprendeu e afundou no rio. Essa foi a versão apresentada pelo acusado. Esse sonho foi o motivador da suspeita dele de que Andrade e um desafeto dele estivessem planejando a morte do mesmo”, disse o delegado Roberto Leal.
Ainda segundo o delegado, em relação à venda da moto aquática, o acusado é que planejava comprar o veículo, e não Andrade, como chegou a ser informado anteriormente. Já em relação à arma, o delegado afirmou que Andrade estava se habilitando para comprá-la como atirador. E que de acordo com o depoimento de Geraldo, a arma foi dividida em quatro prestações e seria quitada quando a habilitação estivesse finalizada, quando a arma de Geraldo seria transferida para a vítima.
A esposa de Geraldo Freitas de Carvalho será ouvida pela polícia, que também já agendou o depoimento de outras pessoas para aprofundar as investigações e confrontar as informações prestadas por Geraldo. “Principalmente em relação a essa motivação, entender essa rixa entre o acusado e o desafeto, verificar os fatos, se são verdadeiros ou não”, disse o delegado.