O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite de quinta-feira, 1, que, caso seja derrotado nas eleições de 2022, só irá entregar a faixa presidencial se o candidato eleito ter vencido a disputa de “forma limpa”, em mais uma referência ao voto impresso.
quinta-feira, 1, que, caso seja derrotado nas eleições de 2022, só irá entregar a faixa presidencial se o candidato eleito ter vencido a disputa de “forma limpa”, em mais uma referência ao voto impresso.
Em sua tradicional live nas redes sociais, o chefe do Planalto reforçou o discurso favorável ao voto impresso e disse que as declarações sobre o assunto não são uma ameaça, mas um alerta, caso seja mantido o atual sistema de votação no pleito do ano que vem. “Eu entrego a faixa presidencial para qualquer um que ganhar de mim na urna de forma limpa. Na fraude, não. Vamos para o voto auditável. Esse voto ´mandrake´ aí… não vai dar certo. Vamos ter convulsão no Brasil. Nós vamos ter um problema seríssimo no Brasil. Eu estou fazendo de tudo, avisando com antecedência, para evitar isso aí”, afirmando que o povo não vai admitir fraudes.
Bolsonaro é defensor do voto impresso e prega que o atual sistema eleitoral, com urnas eletrônicas, permite fraude. O presidente costuma dizer que teria vencido no primeiro turno a eleição presidencial de 2018. “Não vou admitir um sistema fraudável de eleições e eu não quero problemas nem dezenas de milhões de brasileiros que vão às urnas no ano que vem. Eu estou apresentando uma maneira de não termos como desconfiar dos resultados finais das eleições”, afirmou, mais uma vez sem apresentar provas ou indícios que confirmem fraudes na eleição de 2018.
O presidente também citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que aparece na liderança das pesquisas de intenção de voto no momento, como um suposto beneficiário de fraudes. “Tiraram o ladrão da cadeia. Tornaram o ladrão elegível, no meu entender, para ser presidente, sim, mas na fraude. Porque no voto ele não ganha, não ganha de ninguém, então não vou admitir um sistema fraudável de eleições”, argumentou, dizendo que, se a PEC sobre o voto autidável, em discussão no Congresso Nacional for aprovada e promulgada, o modelo será implementado já no próximo ano.
Ele também criticou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, por decidir abrir uma investigação sobre a possível existência de uma organização criminosa que divulga fake news para atacar a democracia. Na opinião de Jair Bolsonaro, que também acusou o STF de tentar interferir no Poder Legislativo, o inquérito seria uma “retaliação” contra seus filhos, o senador Flávio (Patriota-RJ) e o vereador Carlos (Republicanos-RJ). “Me chamam de misógino, racista, fascista, homofóbico, genocida… Tudo bem. Chamam o [pastor] Silas Malafaia de tudo, até mais do que falei aqui, chamam os parlamentares de tudo, não tem problema nenhum. [Mas] Quando alguém faz uma crítica ao STF, cai o mundo. Nós queremos democracia!”, disse
‘Superpedido’ de impeachment
O presidente Jair Bolsonaro reagiu com risadas ao “superpedido” de impeachment apresentado contra ele por parlamentares e entidades da sociedade civil. Ele classificou o grupo que assinou o documento como “pessoas que não têm o que fazer”, e afirmou que a “maioria” do Parlamento não é assim e está, na verdade, “sintonizada” com seu governo.
Bolsonaro ainda xingou os ex-aliados que integram o movimento: “Esses dois que assinaram… Gastaram tinta da caneta, né? Assinaram o ‘superimpeachment’. Eu estou dando risada desses dois otários. ‘Superimpeachment’! Faltou vocês me trazerem aqui as acusações: genocida, não usa máscara, fez motosseata… São pessoas que não têm o que fazer”.
O documento enviado na última quarta-feira unifica 122 pedidos de impeachment contra Jair Bolsonaro que já foram apresentados, mas não foram pautados pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e também pelo seu antecessor no cargo, Rodrigo Maia (sem partido-RJ).
Vacina
Jair Bolsonaro também voltou a criticar a CoronaVac, vacina contra a Covid-19 produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Dessa vez, ele se referiu ao imunizante como a “vacina que não deu certo”.
O presidente argumentou usando uma publicação da OMS que diz que a variante Delta do coronavírus, identificada pela primeira vez na Índia, está se espalhando em populações já imunizadas. “Abre logo o jogo que tem uma vacina aí que não deu certo”, disse.
Bolsonaro ainda fez, novamente, críticas às medidas de isolamento social e disse que se fosse por ele, “nenhuma escola teria sido fechada”.