Presidente da CPI da Covid, o senador Omar Aziz (PSD) mandou prender o ex-diretor do Ministério da Saúde Roberto Dias, sob a acusação de mentir em depoimento ao colegiado. “Chame a polícia do Senado. O senhor está detido pela presidência da CPI”, disse o senador a Dias.
Aziz acusou o ex-diretor do ministério de omitir informações e elaborar um “dossiê para se proteger”. “A paciência de todo mundo tem limite. Te botaram numa encrenca tão grande, e não foi você que entrou. Alguém te botou nessa encrenca, e você não está querendo falar para a CPI”, declarou o presidente da comissão.
A fala de Aziz gerou bate-boca entre os senadores. Aliado do governo Bolsonaro, Marcos Rogério (DEM) afirmou que Aziz está “errando”. “Se eu estiver cometendo arbitrariedade, ele tem o direito de entrar com uma ação contra mim”, rebateu Aziz. Rogério destacou que a CPI já teria presenciado anteriormente situações de flagrante e falso testemunho. A defesa de Dias classificou o pedido como um “absurdo” e disse que o depoente deu “contribuições valiosíssimas”.
No depoimento, o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde confirmou ter jantado com o policial militar Luiz Paulo Dominghetti Pereira, mas negou que tenha pedido propina para fechar um contrato de compra de vacina, ao contrário do que alega Dominghetti. Dias definiu o policial militar como um “picareta que tentava aplicar golpes em prefeituras e no Ministério da Saúde”.
O ex-diretor negou que tenha pressionado qualquer servidor da pasta a prosseguir com a compra e disse que recusou negociar com o policial militar, já que a Davati, empresa que Dominghetti alega representar, não tinha a documentação necessária.