A volta às aulas marca não só o final das férias, como também um momento muito importante para as crianças em vida escolar: o retorno presencial à sala de aula após um ano e meio estudando remotamente. Isso porque o estudo online teve início em março de 2020, se tornando uma das medidas de isolamento social necessárias para combater a pandemia da Covid-19.
Hoje, tantos meses depois, com o progresso da vacinação adulta, as escolas reabrirão depois das férias de agosto, prontas para receber os alunos, mas com hábitos bem diferentes daqueles antigos. Assim, como fica o risco de contágio dentro do ambiente de educação já que as escolas irão operar com capacidade total?
É nesse ponto que surgem as incessantes preocupações de pais e responsáveis. Com menos consciência sobre distanciamento e higiene, crianças estariam mais suscetíveis ao vírus durante esse contato nas aulas? Como fica o compartilhamento de itens pessoais e brinquedos, a hora do lanche e as atividades em grupo.
Vale lembrar que o uso de máscara, álcool em gel e a limpeza regular das mãos com água e sabão ainda são protocolos obrigatórios no combate contra o vírus e grande aliados nessa proteção. Para entender melhor ainda sobre outros cuidados, conversamos com Leila Tamiso, médica otorrinolaringologista do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia. Confira!
Alto Astral: Quais são as principais orientações que os pais devem dar para as crianças?
Leila Tamiso: Para além do uso do álcool, os pais devem lembrar da troca de máscaras no tempo correto e reforçar que nenhum material pode ser compartilhado com o colega. Cada aluno deverá ter seus itens pessoais, evitando o contato indireto com os demais. É preciso lembrar ainda que a proteção só deve ser retirada do rosto em lugares arejados e somente na hora do lanche ou troca.
AA: Em caso de irmão em idade escolar, se um contrair o vírus, quais cuidados devem ser tomados em casa?
LT: Os irmãos não podem compartilhar itens de uso pessoal, como copos, talheres, toalhas, roupas, materiais escolares e, principalmente, máscaras. Se possível, recomenda-se também não ficarem muito próximos dentro de casa.
AA: Caso a criança apresente sintomas característicos da Covid-19, como proceder?
LT: O ideal é que seja feito o teste para confirmar ou eliminar o diagnóstico de Covid-19, especialmente pelos sintomas serem bastante parecidos com o de gripe e resfriado. Com o resultado negativo, a criança gripada ainda deve permanecer em casa, tanto para repousar, quanto para evitar o contágio. Nesse caso, alguns medicamentos podem ser administrados para combater a indisposição, então consulte o pediatra.
AA: Existem outras doenças com as quais devemos nos preocupar nesse cenário de volta às aulas?
LT: Sim, várias! A maioria tem a transmissão pelas mãos ou via oral. Entre as mais frequentes estão estomatite, infecção de garganta, caxumba, catapora, gripe, resfriado e diarreia. Para evitar algumas delas, é imprescindível a imunização através da vacina. Além disso, medidas básicas de higiene são capazes de prevenir muitas enfermidades.
AA: Quanto aos educadores, quais cuidados eles precisam tomar?
LT: Para ampliar a proteção, os professores podem investir no uso do face shield em cima da máscara tradicional e cumprir o distanciamento seguro entre as pessoas. Falando em materiais, o ideal é não manipular nem levar para casa objetos dos alunos e redobrar a atenção quanto ao compartilhamento de itens entre as crianças. Além disso, o uso de álcool em gel deve ser frequente e garantir uma boa ventilação na sala de aula com portas e janelas abertas também é necessário.
Fonte: Leila Tamiso, médica otorrinolaringologista do Hospital Paulista de Otorrinolaringologia.