O último final de semana na cidade de Ipirá, na Bacia do Jacuípe, foi marcado por aglomerações em ao menos dois pontos da cidade. O grande volume de pessoas bebendo ao redor dos já conhecidos ‘paredões’, assustou até mesmo aos moradores do município. Populares registraram o descumprimento dos protocolos sanitários estabelecidos para tentar controlar a pandemia da Covid-19. A gestão municipal informou que, além de faltar bom senso dos munícipes, também faltam equipes da vigilância sanitária e um maior contingente da Polícia Militar nas fiscalizações.
Ipirá está localizada a 97 km de Feira de Santana – onde foi registrado o primeiro caso da variante Delta no estado. A cidade conta com uma população de pouco mais de 59 mil habitantes, de acordo com o último senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar da cidade registrar apenas nove casos ativos da Covid-19, a proximidade entre os municípios e a alta taxa de transmissibilidade da nova variante, preocupa a gestão.
As aglomerações foram registradas na localidade do Jaguarão e na Rua Anísio Dultra, conhecida na cidade como ‘Orla Marítima’. Nas imagens é possível ver o total descumprimento às medidas de distanciamento social. Ainda foi registrada a falta do uso de máscaras por grande parte das pessoas. Em Ipirá, bares e restaurantes podem funcionar até às 23 horas, mas seguindo os protocolos sanitários.
De acordo com o prefeito Dudy Santos (PSD), duas equipes de vigilância sanitária atual no município, e não conseguem abarcar toda extensão territorial. “O município tem 3.100km quadrados e temos duas turmas sanitárias. Quando uma está em um povoado, a outra em outro. Infelizmente o município não tem braços para poder fiscalizar de forma mais eficaz todos os bares, restaurantes e paredões. Recebemos uma denúncia, quando a vigilância vai para a localidade que fica a 50 km da sede, leva cerca de quatro horas para ir e voltar do local”, disse.
Ainda de acordo com o gestor, os agentes sanitários chegam a ser ameaçados quando atuam sem a PM. “A vigilância já hostilizada tem medo. Infelizmente a PM não tem como atender a gente. Quando a vigilância está com policiais eles respeitam, mas quando a PM vai embora, tudo volta ao normal”, disse.
O gestor disse que deve se reunir ainda hoje com a vigilância e com o comando da PM. “Se não houver por parte da PM um reforço para a gente inibir isso, infelizmente o nosso corpo não dará conta. Já tivemos membros ameaçados que agora temem a própria vida. Mas o município não vai se omitir a enfrentar. Decreto tem que ser cumprindo”, disse.
A reportagem entrou com contato com a Polícia Militar da Bahia para saber qual o contingente do município, e se os PMs alocados na cidade estão em quantidade suficiente para fiscalizar o descumprimento dos decretos sanitários estabelecidos pelo governo do estado. Até o fechamento desta matéria, não obtivemos retorno. As informações são do site Bahia Notícias.