O governo federal fez uma intervenção sem precedentes neste domingo, na partida das eliminatórias da Copa FIFA de 2022 da Seleção Brasileira de Futebol contra a da Argentina, no estádio NeoQuímica em São Paulo, e as consequências já estão passando das quatro linhas do campo.
Os plantões do Ministério de Relações Exteriores e da Polícia Federal em Brasília serão notificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), disse à Coluna uma fonte da agência, e os atletas argentinos poderão ser extraditados. Procuramos a PF e o Itamaraty, ainda sem retorno sobre o caso.
O diretor-presidente da ANIVSA, o médico-militar Antonio Barra Torres – muito próximo do presidente Jair Bolsonaro e que já foi cotado para ministro da Saúde – já fala em deportação pela PF. dos quatro argentinos que vieram da Inglaterra e deveriam atender a “quarentena” para entrar no Brasil e participar das atividades.
Fato é que, com esse gol contra e a confusão armada pelos fiscais da ANVISA, que paralisaram o jogo e entraram em campo, o governo abriu uma crise diplomática inédita e sem precedentes contra o país vizinho.
Perguntas sem resposta
A despeito do imbróglio político-futebolístico, ficam perguntas para o Governo e a CBF responderem:
A ANVISA não tinha fiscalização no aeroporto no desembarque dos jogadores argentinos em São Paulo, para verificar a procedência e os carimbos dos passaportes, e cobrar a “quarentena”? A Agência mostra falhas nesse controle: os aeroportos no Brasil continuam escancarados sem fiscalização sanitária de desembarque.
Quem, do Governo do Brasil , deu o aval para o acordo entre a CBF, Conmebol e autoridades do País – conforme citado por dirigentes da Confederação – , para a admissão dos argentinos moradores da Inglaterra?