Entidade que representa caminhoneiros de todo o país, a Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB) avalia que as paralisações de motoristas entre quarta-feira (8) e quinta-feira (9) não servem à categoria.
Para o presidente da entidade, José Roberto Stringasci, os motoristas foram usados como “bois de piranha” para satisfazer os reais beneficiários: os empresários do agronegócio. Os últimos acontecimentos, segundo ele, lembram o que ocorreu em 2018, quando o país sofreu uma crise de desabastecimento.
“A gente tem visto novamente que eles estão usando o motorista autônomo como boi de piranha. Quem está por trás disso é seu Antônio Galvan [investigado por apoiar manifestações antidemocráticas] junto com meia dúzia de motoristas, como Odilon Fonseca e Zé Trovão”, declarou ao Bahia Notícias. De acordo com Stringasci, a maioria dos condutores não aderiu ao proposto pelos articuladores da paralisação. “Noventa por cento da categoria não aprova isso. Essa coisa de matar e arrancar ministro do STF. Não aprova”, reiterou.
Stringasci declarou que a pressão do agronegócio tem a ver com a não aprovação de um projeto [Ferrogrão] pelo Supremo Tribunal Federal, que beneficiaria os grandes empresários. “Em 2018, eles deviam 200 milhões de reais. Só que agora devem uns 40 bilhões de reais ao governo federal, e eles querem uma anistia. Só que agora em maio desse ano, o STF derrubou o projeto Ferrogrão. De lá para cá, o agronegócio virou patriota”, ironizou.