Polícia cumpre mandados contra ex-funcionários do Detran em Santaluz

Treze mandados de busca e apreensão foram cumpridos em residências de ex-funcionários e na sede do Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran) pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), através da Delegacia dos Crimes Econômicos e Contra a Administração Pública (Dececap), na manhã de quinta-feira (30). A ‘Operação Santaluz’ investiga ex-funcionários envolvidos em falsificação de sentenças de defesa de infração de trânsito.

Computadores, celulares e documentos foram recolhidos tanto nas residências quanto na sede do Detran, localizada na Av. Antônio Carlos Magalhães, em Salvador. Segundo a titular da Dececap, delegada Márcia Pereira, todas as contas bancárias para onde o dinheiro era encaminhado pertenciam a terceiros, com endereços tanto em Salvador quanto no município de Santaluz, onde foram cumpridos cinco mandados e duas mulheres foram conduzidas.

Ainda segundo a delegada, um dos alvos, uma mulher, teria recebido R$ 250 mil em falsificação de sentenças. “Ela era uma das assessoras da Procuradoria Jurídica do Detran. Tinha atribuição de receber as sentenças do Poder Judiciário e alimentar o SEI, que seria o Sistema Integrado, para gerar o pagamento”, explicou. 

A delegada ainda detalhou como aconteciam as falsificações das sentenças. “De início [a Justiça] não [tinha conhecimento]. A gente agora oficiou o Poder Judiciário dessas falsificações, porque quando o Judiciário dava as sentenças, elas vinham como improcedentes. Isso já gerava a extinção do processo. Ela [investigada] quando recebia essa improcedência, ela falsificava a sentença, colocava os valores e essa informação ficava interna ao Detran”, disse.

Outro crime –
 Durante o mandado de busca e apreensão em um dos endereços da ex-servidora, um cachorro e dois gatos foram encontrados abandonados há cerca de oito dias, sem água e comida. Os animais foram encaminhados pelos policiais para o veterinário, e a mulher também responderá por maus tratos.

A Operação Santaluz integra o ciclo de operações Cangalha, que consiste em uma série de ações de enfrentamento a organizações criminosas em todo o Nordeste do Brasil, através da Secretaria de Operações Integradas do Ministério da Justiça (SEOPI/MJ).

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