O ex-juiz Sérgio Moro (Podemos) pode desistir da candidatura à Presidência da República e tentar uma vaga no Senado, se não decolar nas pesquisas de intenções de voto.
De acordo com interlocutores de Moro ouvidos pela colunista do Uol, Carolína Brígido, se ele não chegar a 15% nas enquetes até fevereiro, vai abandonar a intenção de assumir o Palácio do Planalto e abraçará a meta de ser senador em 2023.
A ideia de que o também ex-ministro do governo Jair Bolsonaro (PL) precisa de um mandato, veio após a decisão do ministro Bruno Dantas, do TCU (Tribunal de Contas da União), que mandou a consultoria americana Alvarez & Marsal revelar os serviços prestados e os valores pagos a Moro.
Alvarez & Marsal é o escritório que atuou como administrador judicial da Odebrecht, empreiteira investigada pela Lava Jato – e, portanto, alvo de decisões de Moro na época que conduzia os processos em Curitiba.
O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Furtado, que pediu a Dantas para adotar a medida, suspeita que Moro tenha atuado em um cenário de “conflitos de interesses, favorecimentos, manipulação e troca de favores entre agentes públicos e organizações privadas”.
Apesar do TCU não integrar o judiciário, as informações prestadas pela consultoria americana podem servir como base para a abertura de uma investigação judicial contra Moro. Portanto, surge a urgência de obter mandato. Como senador ou presidente da República, Moro responderia perante o STF (Supremo Tribunal Federal).