O presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta 5ª feira (24.mar.2022) que sua ex-assessora Walderice Santos da Conceição, conhecida como “Wal do Açaí”, nunca esteve em Brasília no período em que trabalhou no gabinete do chefe do Executivo enquanto ele ainda era deputado.
Na 3ª feira (22.mar), o MPF (Ministério Público Federal) entrou com uma ação de improbidade administrativa contra Bolsonaro e sua ex-assessora. Ela era investigada por ter supostamente sido “funcionária fantasma” no gabinete de Bolsonaro entre 2003 e 2018.
“Dá até vergonha o MP investigar isso aí. Wal nunca esteve em Brasília. Não precisa interrogar a Wal, não. Nem a mim. Eu estou confessando. Ela nunca esteve em Brasília, é verdade”, declarou.
Em comunicado, o MPF afirmou que Bolsonaro “tinha ciência” de que tanto Walderice quanto o companheiro dela, Edenilson Nogueira Garcia, prestavam serviços de natureza particular ao então deputado. Mesmo assim, “atestou falsamente a frequência dela ao trabalho em seu gabinete para comprovar a jornada laboral exigida pela Câmara dos Deputados, de 40 horas semanais, e, assim, possibilitar o pagamento dos salários”.
Além de responder por improbidade administrativa, a ação pede o ressarcimento dos recursos públicos indevidamente desviados durante o período em que Wal do Açaí era lotada como funcionária do gabinete.
Ao defender a ex-assessora, Bolsonaro disse que Wal é uma pessoa “humilde” e fatura menos de um salário-mínimo por mês. “Por que essa perseguição, escândalo? Fica humilhando uma senhora, casada, que tem respeito pelo pessoal que está lá, como se fosse uma bandida”, afirmou.
A Folha de S.Paulo revelou em janeiro 2018 o caso envolvendo a contratação de Wal do Açaí. Na transmissão ao vivo, Bolsonaro afirmou que na época em que a reportagem foi divulgada Walderice estava de férias por isso, estava em sua loja de açaí quando foi procurada.