Dono do segundo maior eleitorado do país, com 26,8% dos quase 150 milhões de cidadãos aptos a votar em outubro, o Nordeste se consolida cada vez mais como principal barreira aos planos de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL), aponta a nova pesquisa do Instituto Paraná sobre a sucessão nacional. Os números divulgados ontem confirmam o mesmo panorama para a região detectado nos recentes levantamentos do Datafolha, FSB e Ipespe. Em todos eles, a vantagem do ex-presidente Lula (PT) sobre Bolsonaro varia de 25 a 30 pontos percentuais na média geral dos nove estados nordestinos.
Gordura farta – De acordo com o Instituto Paraná, o petista tem entre 53% e 58% de intenções de voto no Nordeste. Já o presidente não consegue ultrapassar os 26% nos três cenários para o primeiro turno. As projeções para o segundo ampliam a frente de Lula sobre o rival na região – 60,5% contra 28,1%. Caso os dados retratem de fato o quadro real, as chances de Bolsonaro dependem do quanto ele será capaz de reduzir essa margem.
Conta desfavorável – A necessidade de Bolsonaro ganhar terreno onde Lula mantém seu grande trunfo na disputa pela Presidência fica ainda mais nítida quando se observa o recorte das demais regiões. Na última rodada de pesquisas, ambos aparecem em grau de empate no Sudeste, que representa 42,5% dos eleitores brasileiros, Norte e Centro-Oeste, respectivamente, com 7,9% e 7,4% dos votos totais.
Ponto de interrogação – No comparativo entre as sondagens, o Sul é o único ponto de divergência. Enquanto outras pesquisas mostram vantagem apertada de Bolsonaro ou mesmo Lula com ligeira frente, os números do Instituto Paraná indicam uma tendência diferente para região: folga de 10 a 12 pontos do presidente sobre o ex.
Vale o quanto pesa – “Fora o Sul, não há variações significativas entre nossa pesquisa e as outras no recorte regional”, diz o diretor do Instituto Paraná, Murilo Hidalgo. Ainda que o índice de Bolsonaro seja de fato maior na região, o Sul soma 14% dos votos, insuficientes para neutralizar a vantagem de Lula no Nordeste.
Inimigo oculto – Uma sigla tem provocado tensão e pessimismo em deputados federais da Bahia que estão na briga para renovar o mandato este ano. Trata-se da RP9, que abriga os gordos recursos do chamado ‘orçamento secreto’, artifício criado com a bênção do Palácio do Planalto para distribuir emendas parlamentares a aliados do governo, sem obedecer aos mecanismos de transparência e controle.
Na secura – A preocupação é especialmente maior no grupo de deputado petistas, de partidos alinhados à esquerda ou que fazem oposição sistemática ao governo Bolsonaro no Congresso. Para os desprestigiados, o derrame de dinheiro aos parlamentares do PL, PP e de legendas que gravitam o centrão tornou a batalha desleal.
É o reflexo do desespero de quem sabe que o povo baiano está apontando um novo caminho. A decisão da Justiça coloca um freio nesse ‘vale tudo’ que eles estão fazendo, com uso de falsa informação, disse Sandro Régis, líder da oposição na Assembleia, sobre decisão da Justiça que proíbe postagens do PT contra o ex-prefeito ACM Neto.