O Ministro da Justiça brasileiro Flávio Dino informou que as autoridades brasileiras identificaram os responsáveis pelo financiamento dos participantes no assalto às instituições democráticas em Brasília, em dez estados.Forças de segurança evacuam campos de apoiantes de Jair Bolsonaro em frente ao quartel do exército em Brasília – Marcello Casal/Agencia Brazil/dp / DPA© Fornecido por News 360
“Ainda não é possível distinguir claramente as responsabilidades em termos de financiamento. O que pode ser plenamente afirmado é que houve financiamento. Temos uma lista de todos os empreiteiros de autocarros”, explicou Dino.
Ele acrescentou que “todas estas pessoas serão chamadas a testemunhar, porque os autocarros foram contratados e não se destinavam a excursões turísticas”.
Por outro lado, Dino culpou o governo do Distrito Federal, indicando que o planeamento das forças de segurança pública em Brasília foi “decisivo” para tornar possível o assalto a edifícios públicos.
O ministro também assegurou que pretende devolver a gestão da segurança pública às autoridades de Brasília “o mais rapidamente possível”, embora tenha assegurado que haverá uma “revisão” da força policial pela sua responsabilidade.
Dino nomeou o episódio de domingo como “o Capitólio Brasileiro”, em alusão à invasão por apoiantes do ex-presidente Donald Trump do Congresso dos EUA em 2021.
“Vivemos ontem no Capitólio Brasileiro. Com diferenças. Aqui não houve mortes e mais prisioneiros do que ali”, acrescentou em declarações relatadas pela Agencia Brasil.Observe o que acontece quando ela aperta o botãoPublicidadeConselhos e Truques
Mais de uma centena de autocarros que partiram de dez estados diferentes para Brasília na véspera dos ataques a instituições estatais, pelos quais cerca de 1.500 pessoas foram presas. De acordo com o Ministro da Justiça brasileiro, importantes empresários estão por detrás do fretamento destes veículos.
Está em curso uma investigação desde Novembro do ano passado, dias depois da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva ter sido confirmada, quando a Polícia Federal e o Ministério Público abriram um processo sobre o financiamento dos protestos que os apoiantes de Bolsonaro, insatisfeitos com a sua derrota, estavam a organizar em todo o país.
A investigação está a investigar, por exemplo, como foi financiada a extensa infra-estrutura – incluindo sanitários portáteis e uma cantina gratuita – que os apoiantes de Bolsonaro tinham no acampamento que instalaram fora do quartel-general do exército em Brasília, pouco depois da vitória eleitoral de Lula ter sido anunciada.
O Presidente Lula salientou que investigarão todos os responsáveis pelo financiamento de protestos que mais tarde se transformaram em actos de golpe e criticou aqueles que pagaram pelos protestos que não participaram no assalto, mas que serviram como uma “massa manipulada” que foi “alimentada” para ir protestar.
Pela sua parte, a Procuradoria-Geral da União (AGU) apresentará um pedido de bloqueio dos bens das empresas suspeitas de apoiar a máfia que deixou um rasto de destruição na Praça dos Três Poderes, em conformidade com a ordem emitida pelo juiz do Supremo Tribunal Alexandre de Moraes.
O magistrado do Supremo Tribunal, um dos alvos do bolonarismo que surgiu como uma das principais figuras por detrás do assalto às instituições, ordenou a apreensão de todos os autocarros que transportaram os “terroristas” para Brasília e a convocação dos seus proprietários para testemunharem e prestarem informações sobre os passageiros e os que fretaram os veículos.
Fonte: (EUROPA PRESS)