‘Sem filhos e cor branca’: loja é acusada de racismo e misoginia nas redes sociais após exigências em anúncio de emprego na Bahia

Uma loja causou polêmica nas redes sociais após as exigências solicitadas em um anúncio de oportunidade de emprego na quinta-feira (25), no município de Caetité, no sudoeste do estado.

Na publicação, que já foi apagada, o estabelecimento informa que precisa de uma funcionária “solteira, sem filhos, que se declare expressivamente de cor branca e seja dócil e gentil”. As exigências para a vaga ainda incluía idade mínima de 18 anos e ensino médio completo.

Em poucas horas a postagem viralizou e internautas se revoltaram com a publicação. Nos comentários, pessoas comentaram que consideraram a exigências impostas para a vaga de emprego como racista e misógina.

O Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial da Prefeitura de Caetité se pronunciou e emitiu uma nota de repúdio. O comunicado diz que a pasta recrimina “qualquer ato ou ação de intolerância, discriminação, preconceito ou quaisquer outros atos que atentem contra a honra e dignidade humana”.

O g1 disse que tentou entrar em contato com o proprietário da loja SD Presentes e não obteve retorno.

Após a grande repercussão negativa do caso, um dos filhos do empresário se pronunciou e mostrou-se contra a atitude do pai.

Alan Vinícius Ribeiro lamentou o episódio e afirmou que ele, o irmão e a mãe discordam da prática.

“Não temos nada a ver com a conduta do meu genitor. Nos responsabilizamos tão somente por nossos atos e rogamos para que as medidas cabíveis sejam tomadas a fim de que práticas como essa não se repitam”, escreveu.

Nota de pronunciamento da Prefeitura

Diante do fatídico caso de racismo, misoginia e machismo praticado por lojista da cidade de Caetité-BA, ao anunciar vaga de emprego para o seu estabelecimento em sua redes sociais, o Conselho Municipal da Promoção da Igualdade Racial de Caetité, vem a público repudiar todo e qualquer ato ou ação de intolerância, discriminação, preconceito, ou quaisquer outros atos que atentem contra a honra e dignidade da pessoa humana, bem como para reafirmar o seu compromisso com a promoção da igualdade racial, zelando pela defesa do povo Caetiteense e pelo enfrentamento de toda forma de intolerância ou tentativa de supremacia racial praticada contra quem quer que seja.

O Estado Democrático de Direito não comporta esse tipo de ataque, objetivando sempre a reprovação e prevenção dos crimes, especialmente os crimes de racismo e de injúria racial, notadamente porque são crimes que atingem, direta ou indiretamente, uma coletividade indeterminada de indivíduos.

Discursos e postagens conforme veiculam nas redes sociais só reforçam a necessidade de continuarmos conclamando nossa sociedade a refletir sobre os fundamentos e os princípios que norteiam a nossa República, que vão na contramão de qualquer ato de intolerância, racismo, discriminação ou preconceito.

Este Conselho estará de pé e atuante frente ao caso supramencionado, tomando todas a medidas legais e cabíveis para que a justiça seja feita e o culpado seja punido, seremos sempre contrários às práticas discriminatórias, enfileirando-nos em defesa dos direitos constitucionalmente resguardados.

Por g1 BA

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