PF investiga suposta fraude milionária envolvendo prefeitura de São José do Jacuípe

A Polícia Federal investiganda uma possível fraude milionária envolvendo a prefeitura de São José do Jacuípe, a 150 km de Serrinha. As suspeitas recaem sobre o atual prefeito, Alberlan Peris Moreira da Cunha, conhecido como Peris Cunha (PP), e o secretário de Administração, Magno Lomes. De acordo com a denúncia, a irregularidade está ligada à contratação da empresa W Souza Construções e Limpeza.

A empresa, fundada em 16 de dezembro de 2020 — poucas semanas antes da posse de Peris Cunha, eleito em outubro — foi contratada inicialmente para realizar serviços de conservação e manutenção predial por R$ 1,2 milhão. O contrato foi publicado no Diário Oficial em 1º de abril de 2021, com vigência de um ano. Em março de 2022, a W Souza foi novamente contratada para fornecer mão de obra para manutenção de prédios públicos, desta vez por R$ 2,4 milhões. Ainda no mesmo ano, houve um aditivo de 25% no valor do contrato, somando mais R$ 600 mil, totalizando R$ 3 milhões.

“Se nota que as atividades contratadas quase nunca são prestadas e, quando o são, em verdade, são desempenhadas pela própria prefeitura, por servidores pertencentes ao quadro efetivo”, aponta a denúncia. Fontes confirmaram que o prefeito e o secretário prestaram depoimentos remotamente à Polícia Federal no final de agosto. A PF, por sua vez, informou que não pode comentar investigações em andamento.

Suspeita de “laranja” – Weliton Sousa Silva, registrado como sócio-administrador da W Souza Construções e Limpeza, foi contatado pela reportagem. Há suspeitas de que ele seja um “laranja”, emprestando seu nome para a empresa. Em depoimento à Polícia Federal, Weliton confirmou que não administra a W Souza, e que a gestão está a cargo de seu irmão, Taciano Souza Silva.

“Eu criei essa empresa, mas quem administra ela é meu irmão, Taciano Souza Silva. Para a Polícia Federal, quando eles me entrevistaram, eu já fui falando logo isso: eu criei uma empresa para meu irmão, tem algo de errado? Esse negócio de fantasma é por questão da política do momento”, afirmou Weliton, que é servidor efetivo da Prefeitura de Quixabeira.

Segundo Weliton, seu irmão Taciano pediu para usar seu nome devido à alta carga tributária da empresa anterior. “Ele já tinha outra empresa no nome dele, entendeu? Só que estava carregada, pagando imposto muito alto, e ele pediu para criar outra no meu nome. Aí ele pediu só o nome para ceder. Qual irmão não faria isso? Não achei nada de mais”, acrescentou.

A reportagem tentou contatar Taciano Souza Silva e Magno Lomes, sem sucesso. O telefone do prefeito Peris Cunha também não foi localizado. O espaço permanece aberto para manifestações dos citados.

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